Pensando e repensando a IPC
Publicado em 03/07/2025
Ao refletir sobre a nossa igreja, após considerar a importância da reverência no culto e a quem ele é primordialmente dirigido, chego a outra dimensão essencial da vida cristã: o servir. Em nossa jornada espiritual, servir não é apenas uma atividade ou um papel desempenhado. É, na verdade, uma expressão de nossa fé viva, uma resposta natural ao amor que recebemos de Deus.
Durante anos, tenho meditado sobre o que significa servir dentro do nosso contexto. À medida que crescemos em reverência e reconhecemos que o culto é verdadeiramente para Deus, somos levados inevitavelmente a entender que nosso serviço deve refletir essa mesma devoção e propósito.
Como membro e depois pastor da IPB, sempre fui ensinado que a Escritura é a nossa regra de fé e prática. Dentro dessa
perspectiva, o serviço cristão é fundamentado no exemplo de Jesus Cristo, nosso Servo Sofredor.
Jesus afirmou categoricamente: “Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Marcos 10. 5). Esse versículo ecoa em minha mente como um lembrete constante de que meu chamado como cristão não é buscar reconhecimento ou benefício pessoal, mas imitar o caráter do meu Senhor e Mestre.
Em João 13, encontramos Jesus lavando os pés dos discípulos. Ele disse: “Eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também” (João 13.15). Esse ato de serviço humilde não foi apenas simbólico; foi um chamado radical a uma nova forma de viver.
No contexto da IPC, o serviço assume múltiplas formas, desde atividades nas sociedades internas, grupos de comunhão, projetos sociais, até o cuidado pastoral e missionário. O mais bonito é que, ao servirmos, experimentamos a comunhão com nossos irmãos na fé e aprofundamos nosso amor por Cristo.
Sempre me vi como uma parte do “corpo” que Paulo descreve em I Coríntios 12.12-27. Cada membro tem sua função específica e todos são indispensáveis para o pleno funcionamento da igreja. Isso alivia a pressão de pensar que devo fazer tudo sozinho e me encoraja a reconhecer e valorar o serviço dos outros.
Servir nem sempre é fácil. Às vezes, enfrento a fadiga espiritual, desentendimentos ou falta de reconhecimento. Nesses
momentos, lembro-me das palavras de Paulo, em Gálatas 6.9: “E não nos cansemos de fazer o bem, pois, a seu tempo, ceifaremos, se não houvermos desfalecido”.
Tenho aprendido que, em meio aos desafios, as maiores recompensas vêm do crescimento pessoal e do fortalecimento da fé, tanto minha quanto dos que estão ao meu redor.
Sinto que o nosso serviço não pode ser um meio para ganhar favor humano ou reconhecer nossos próprios dons. Jesus advertiu contra realizar obras para serem vistas pelos homens (Mateus 6.1). A verdadeira motivação deve ser o amor sacrificial e incondicional, refletindo o que recebemos de Deus.
Ao servir, você e eu, somos chamados a ser sal e luz (Mateus 5.13-16). Em nossas ações, buscamos trazer transformação não somente dentro da igreja, mas na sociedade. Seja participando de ações de justiça social, evangelismo ou discipulado, nosso serviço deve mostrar o caráter de Cristo.
Penso constantemente em como renovar nosso compromisso com o serviço em nossa igreja. Em como fazer para que o servir seja algo que todos desejem, e não apenas uma “obrigação”.
Sei que investir na formação das crianças e dos jovens é vital. Ao ensinar os princípios cristãos, desde cedo, cultivamos uma geração que vê o serviço como uma parte fundamental de sua fé. AEscola Dominical e grupos de jovens são espaços preciosos para isso.
Pensar e repensar a IPC tem sido uma jornada de redescoberta para mim, particularmente em relação à prática do serviço cristão. Ao final, percebo que servir é, em sua essência, uma extensão natural de adorar a Deus de forma reverente e entender que o culto é dirigido a Ele.
O serviço não é uma carga, mas um privilégio. Quando servirmos aos outros, servimos ao Senhor diretamente (Mateus 25.40). E esse é um chamado que transcende o mero fazer; é um chamado a ser, a viver a fé de forma autêntica e dedicada.
Minha oração é que continuemos crescendo como uma igreja que serve de coração aberto, comprometida com a glória de Deus e a edificação do próximo. Que sejamos sempre inspirados pelo amor de Cristo e pela convicção de que “tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor e não para homens” (Colossenses 3.23).
Em cada gesto, pequeno ou grande, que possamos abraçar a nossa identidade como servos, não apenas dentro de nossa igreja, mas em todo lugar onde Deus nos chamar para fazer a diferença. Pois, no final, nossa maior honra é refletir o caráter do Mestre, que não veio para ser servido, mas para servir.
Na IPC existe muito trabalho a ser feito. Posso contar com você?
Um grande abraço,
Pr. Márcio Alves Oliveira
55 31 3825-1644
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