Apocalipse 5.7-10
Publicado em 25/08/2025
“E veio, e tomou o livro da destra do que estava assentado no trono. E, havendo tomado o livro, os quatro animais e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo todos eles harpas e salvas de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos. E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, e língua, e povo, e nação; E para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra.”
O capítulo 5º de Apocalipse nos introduz em uma das cenas mais gloriosas das Escrituras. João contempla a sala do trono celestial, onde o livro selado, símbolo do decreto soberano de Deus para a história, está nas mãos d'Aquele que se assenta no trono. O drama surge quando ninguém no céu, na terra ou debaixo da terra é achado digno de abrir o livro e desatar os seus selos. Nenhum anjo, nenhum patriarca, nenhum profeta, nenhum apóstolo, nenhum santo de Deus é capaz de fazê-lo. João chora, pois a história pareceria sem sentido; a redenção, inacabada; e os planos divinos, frustrados.
Mas eis que surge o Cordeiro, como que morto, o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi. Ele toma o livro, porque somente Ele é digno. O Cordeiro venceu! A dignidade de Cristo não está em um poder terreno ou em uma glória humana, mas em sua obra expiatória: Ele foi morto e, com seu sangue, comprou para Deus um povo de toda tribo, língua, povo e nação.
Acena nos ensina verdades profundas para a fé reformada:
A soberania de Deus na história – O livro representa o plano eterno de Deus para todas as coisas. Nada escapa ao Seu
controle. Porém, esse plano só se realiza por meio de Cristo, o Mediador da aliança. Ahistória não é governada por forças cegas ou pelo acaso, mas pelo Cordeiro entronizado.
A centralidade da obra de Cristo – O centro da adoração celestial não é a criação, nem os homens, nem os anjos, mas o
Cordeiro que foi morto. É por meio de Sua morte substitutiva e de Sua ressurreição vitoriosa que Ele se torna digno. A teologia reformada nos lembra que a cruz não foi um acidente, mas o propósito eterno de Deus para a redenção de Seu povo.
A universalidade da Redenção – O sangue de Cristo comprou homens de toda uma tribo, língua, povo e nação. Isso não
significa que todos, sem exceção, serão salvos, mas que todos, sem distinção, podem ser alcançados. O Evangelho rompe
barreiras culturais, raciais e sociais, reunindo um só povo para a glória de Deus.
O sacerdócio e o Reino do Povo de Deus – Os redimidos são feitos reis e sacerdotes. Em Cristo, temos acesso direto ao Pai (sacerdócio) e reinamos com Ele (reinado espiritual). A vida cristã, portanto, é marcada por serviço e autoridade espiritual, já que fomos libertos para viver em santidade e anunciar as virtudes d'Aquele que nos chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz.
Essa visão de Apocalipse, capítulo 5º, deve encher o coração da Igreja de esperança e reverência. O mundo, em sua rebeldia, parece caminhar sem rumo. As nações se agitam, os ímpios prosperam e muitas vezes os justos sofrem. Porém, há um trono nos céus, e há um Cordeiro que reina. Ele tem o livro em Suas mãos. Ele governa a história. Ele é digno.
Portanto, como Igreja, somos chamados a unir nossas vozes ao cântico celestial: “Digno é o Cordeiro que foi morto!” (v.12)
Que o Senhor nos dê olhos de fé para contemplarmos essa cena e vivermos em adoração, confiança e obediência, certos de que nossa vida, nossa salvação e a própria história estão nas mãos do Cordeiro de Deus!
Soli Deo Gloria!
Pr. Jean Joás
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