“Você é abençoado quando se encontra com a sabedoria, quando faz amizade com o entendimento.
Ela vale mais que dinheiro no banco; sua amizade é melhor que um salário bem gordo.
Seu valor excede todas as joias mais caras: nada que você possa desejar se compara a ela.
Com uma das mãos, ela garante vida longa; com a outra, concede reconhecimento e honra.
Os caminhos por onde a sabedoria leva são belos; e traz uma paz maravilhosamente completa.
Ela é a verdadeira Árvore da Vida para os que a abraçam.
Segure-a bem firme e será abençoado!”
Provérbios 3.13–18
Ao longo da vida tenho observado um fenômeno que me deixa realmente assustado. Não poucas vezes reencontro amigos de juventude — pessoas que costumavam ser cheias de espontaneidade, alegria e entusiasmo pela vida. No entanto, bem diferente da imagem guardada em minha memória, após muitos anos encontro essas mesmas pessoas frias, cheias de reservas e com o olhar sem brilho. É incômodo, pois parece que estou diante de estranhos. As pessoas que conheci na juventude parecem não existir mais.
O que será que aconteceu com elas?
O que lhes roubou toda a espontaneidade, alegria e vitalidade?
O que fez com que, ao longo da vida, tenham se tornado amargas e embrutecidas?
Seria este o destino de todos nós?
Seria este o fim inevitável de todos aqueles que enfrentam adversidades, decepções e marcas da amargura?
Por outro lado, também sou profundamente encorajado quando encontro homens e mulheres já de idade avançada que, diferentemente daqueles amigos, se tornaram sábios ao longo dos anos. Quando são convidados a falar sobre o passado, as histórias fluem com saudade e humor. Não porque suas vidas foram marcadas apenas por vitórias — muito pelo contrário! — mas porque, diante das adversidades, fizeram a opção de olhar a vida de uma perspectiva positiva.
A diferença entre os que envelhecem amargos e os que se tornam sábios não está nas circunstâncias, mas na escolha interior. Ambos podem ter sofrido rejeição, decepções e traições. No entanto, enquanto alguns escolhem a amargura, outros escolhem a maturidade.
Rubem Alves ilustra essa realidade no texto “Pipoca”. Ele compara o processo do milho exposto ao fogo com o processo humano diante da dor:
“A transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação por que devem passar os homens.
O milho somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer.
Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo.
Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua sendo milho para sempre.
Assim acontece com a gente.
As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo.
Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito a vida inteira…
Piruá é o milho que se recusa a estourar.
São aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar.
O destino delas é triste: ficarão duras a vida inteira.”
Assim, o mesmo fogo que torna alguns em piruás, endurecidos pela vida, transforma outros em uma “flor branca e macia”, capazes de gerar alegria para os que estão à sua volta. A diferença não está na intensidade do fogo, mas na resposta dada a ele.
Após ler o artigo, reflita:
Você é, na maior parte do tempo, uma pessoa sábia ou amarga?
Como as pessoas descrevem suas atitudes e palavras?
Você transborda alegria e paz ou vive reclamando, murmurando e insatisfeito com situações e pessoas?
A verdadeira sabedoria vem do Senhor.
Você tem buscado ao Senhor em oração e no estudo da Sua Palavra?
Se não, não seria hora de reorganizar sua vida para cultivar essas práticas?
A amargura muitas vezes nasce da falta de perdão.
Existe alguém que você ainda não perdoou?
Está retendo o perdão para alguém?
Pr. Ricardo Agreste
Pastor da Comunidade Presbiteriana Chácara Primavera – Campinas/SP
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