Pensando e Repensando a IPC
Publicado em 07/07/2025
Na nossa jornada de reflexão e aprendizado, de pensar e repensar a IPC, já abordamos a importância da reverência no culto, refletimos sobre a quem ele é direcionado, enfocamos o papel do serviço, e agora chegamos a outro ponto essencial: viver o que se prega. A integridade entre palavra e ação é um dos maiores desafios, mas também um dos mais poderosos testemunhos que podemos oferecer ao mundo.
A verdade é que a credibilidade do cristianismo muitas vezes é julgada pelo comportamento de seus seguidores. Portanto, a coerência entre a doutrina que professamos e a vida que vivemos é vital tanto para a saúde interna da igreja quanto para seu impacto externo.
Uma das passagens mais incisivas sobre a necessidade de coerência é encontrada em Tiago 1.22: “Sejam praticantes da palavra, e não apenas ouvintes, enganando-se a si mesmos”. Esse versículo ressoa como um desafio direto a cada crente, apontando que a fé sem obras é morta (Tiago 2.26).
Jesus também admoestou seus seguidores contra a hipocrisia dos fariseus, que “dizem e não fazem” (Mateus 23.3). Seu ensino nos chama a uma vida na qual pregamos não só com palavras, mas com atitudes que glorificam a Deus.
O exemplo de Jesus é a personificação de viver o que se prega. Em Sua compaixão, ensinamentos e sacrifício, Ele demonstrou perfeita obediência ao Pai e amor sacrificial ao próximo. Nos Evangelhos, não há discrepância entre o que Jesus ensinou e como Ele viveu. Ele é a luz que devemos seguir.
Vivemos em um tempo, em que a autenticidade é valorizada, mas a superficialidade frequentemente prevalece. As pressões para se adequar aos padrões do mundo são intensas, e a discordância entre crença e prática muitas vezes resulta em críticas à igreja. Para nos mantermos relevantes e fiéis, é necessário um constante exame pessoal e comunitário das áreas nas quais temos falhado em viver conforme o Evangelho que proclamamos. Isso implica uma disposição à vulnerabilidade e à correção mútua.
A hipocrisia, em suas manifestações individuais ou institucionais, é de fato um grande obstáculo à integridade cristã. Com frequência, focamos apenas nas aparências da fé, separando a vida pública da privada. Contudo, a verdadeira espiritualidade nos chama a unir todos os aspectos da nossa vida.
Por isso, é determinante que líderes e membros busquem uma vida em que pregar e viver não sejam ações separadas, mas partes de um todo coerente. Uma cultura de transparência e responsabilidade pode ajudar a superar a hipocrisia e promover a genuinidade.
O discipulado é essencial para conectar a doutrina à prática.
Aprender a aplicar a Palavra em todos os aspectos de nossa vida — no trabalho, em casa, nas relações — é uma jornada contínua. Assim, o discipulado não é apenas sobre saber mais da Bíblia, mas sobre transformar esse conhecimento em sabedoria vivida.
A igreja é um corpo, e como tal, a vivência da fé é uma responsabilidade comunitária. Para nós, valorizar a comunhão é
fundamental. O amor mútuo, o apoio e até a correção amorosa são importantes para ajudar uns aos outros a viver de maneira consistente com a fé professada.
Podemos incorporar práticas que incentivem essa vivência: compartilhar testemunhos, celebrar vitórias espirituais e apoiar os irmãos nos momentos difíceis. Ao fazermos isso, criamos uma cultura de encorajamento e responsabilidade.
Quando vivemos conforme o que pregamos, nosso testemunho se torna mais poderoso. A coerência entre palavra e vida atrai as pessoas a Cristo e fortalece o testemunho da igreja no mundo. Como Paulo afirma, somos “carta de Cristo… conhecida e lida por todos os homens” (II Coríntios 3.2-3).
Uma igreja onde os membros estão comprometidos em viver o que pregam, experimenta uma fé mais robusta e resiliente. Isso fortalece a espiritualidade coletiva e prepara a comunidade para enfrentar desafios com unidade e graça.
Vivendo de forma fiel aos nossos compromissos espirituais, glorificamos a Deus. Nossa integridade se torna uma oferta de louvor ao Criador, mostrando ao mundo que somos chamados a refletir a imagem de Cristo.
Pensar e repensar a IPC nos traz a um ponto fundamental de examinar se estamos verdadeiramente vivendo o que pregamos. A coerência cristã vai além das palavras. É uma escolha diária de rendição e obediência. Somos chamados a seguir o exemplo de Cristo e a viver em consistência com nossos ensinamentos, em meio às dificuldades da vida.
Minha esperança é que, como igreja, continuemos nessa busca por autenticidade, que possamos cultivar uma vivência em que a prática da fé seja honesta e transformadora. Que nossa pregação nunca seja vazia, mas sempre acompanhada por uma vida que ressoe o amor e a verdade de nosso Salvador.
Que Deus nos capacite a sermos fiéis e verdadeiros, como Paulo exorta em Filipenses 1.27: “Somente deveis portar-vos dignamente segundo o evangelho de Cristo”. Pois, ao final, é vivendo o que pregamos que verdadeiramente honramos o chamado que temos em Cristo Jesus.
Que Deus nos abençoe com a graça de vivermos uma vida plena e abundante!
Um grande abraço a todos,
Pr. Márcio Alves Oliveira
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