Em nossa tarefa de refletir sobre a IPC e seu papel no Reino de Deus, é crucial considerar a importância do acolhimento aos
visitantes, lembrando que já discutimos sobre a reverência no culto, para quem ele é dirigido, o ato de servir e também viver o que pregamos. Agora, vamos abordar o acolhimento que é mais do que uma tarefa específica da equipe de diplomacia: é uma missão de toda a igreja.
Receber bem os visitantes é essencial para que eles se sintam parte da nossa família de fé. A forma como acolhemos pode fazer uma diferença significativa no modo como eles percebem a igreja e, mais importante, como eles experimentam o amor de Cristo por meio de nós.
A Bíblia nos chama à prática da hospitalidade. Em Romanos 12.13, Paulo exorta: “praticai a hospitalidade”. A hospitalidade cristã vai além de abrir nossas casas, é abrir nossos corações. Jesus, praticou, modelou a hospitalidade em Seu ministério. Ele não apenas recebia as pessoas, mas as faziam sentir-se bemvindas e valorizadas. A parábola do Bom Samaritano (Lucas 10.25-37) também nos ensina que o amor pelo próximo deve transcender barreiras culturais, sociais ou institucionais.
A Igreja Primitiva é um exemplo claro de acolhimento. Em Atos 2.46-47, vemos que os primeiros cristãos estavam “todos juntos”, partilhando suas vidas de maneira genuína e acolhedora. Essa comunhão autêntica era atraente e resultou em crescimento numérico e espiritual.
Embora tenhamos a equipe de diplomacia dedicada ao primeiro contato com os visitantes, o acolhimento é uma responsabilidade compartilhada por toda a congregação. Cada membro é chamado a ser um ministro do acolhimento, refletindo o amor de Cristo.
O acolhimento não termina na porta de entrada. Ele deve permear cada parte da vida comunitária. Isso inclui ceder nosso lugar ao visitante quando o templo estiver com poucos lugares desocupados, interação na Escola Dominical, ao nos encontrarmos nos corredores, numa ida ao bebedouro, quando acontecerem atividades no salão social.
Uma igreja acolhedora é aquela em que todos se sentem responsáveis por criar um ambiente caloroso. Isso exige intencionalidade. Devemos estar atentos a quem está à nossa volta, especialmente aqueles que podem ser novos ou sentirem-se deslocados. Uma saudação calorosa, uma conversa após o culto ou um convite para um grupo de comunhão e trabalhos especiais são formas de demonstrar acolhimento.
Preparar a congregação para o acolhimento envolve sensibilização. Pregar sobre hospitalidade é uma maneira de conscientizar sobre a importância do acolhimento e oferecer ferramentas práticas para aplicá-lo.
Incentivar os membros a se envolverem em atividades e grupos de comunhão é uma forma eficiente de integrar os visitantes. Grupos, eventos sociais e projetos comunitários são oportunidades para construir relações e fazer com que os visitantes se sintam parte integrante da igreja.
Uma igreja que acolhe bem experimenta crescimento espiritual e numérico. Quando as pessoas se sentem verdadeiramente bemvindas, elas são mais propensas a retornar, se envolver e buscar um relacionamento mais profundo com Deus e com a igreja.
O acolhimento contribui para a unidade. Ao derrubar barreiras culturais, sociais e pessoais, criamos uma comunidade mais coesa e amorosa. Isso não apenas fortalece os laços internos, como também projeta um testemunho de unidade ao mundo exterior.
A maneira como acolhemos influencia nosso testemunho cristão. Em João 13:35, Jesus disse: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros”. Quando os visitantes veem e sentem esse amor em ação, eles são impactados de maneira tangível pelo Evangelho.
Em geral, nos sentimos mais confortáveis ao lado de pessoas que já conhecemos. Ampliar nosso círculo de acolhimento exige intenção e coragem para sair da zona de conforto, o que significa estar disposto a ir além das interações do nosso convívio e buscar novas conexões não menos significativas.
Conflitos podem surgir quando tentamos integrar novas pessoas à nossa comunidade. É importante que tenhamos graça, empatia e compreensão, reconhecendo que a diversidade enriquece a igreja. A prática do perdão e da reconciliação é crucial para manter um ambiente acolhedor.
Pensar e repensar a IPC, então, envolve reconhecer que o acolhimento é um aspecto vital da nossa missão. O acolhimento não é apenas responsabilidade de uma equipe específica, mas de toda a igreja. Quando todos nos comprometemos com essa prática, criamos uma igreja onde o amor de Cristo é evidente e onde os visitantes não apenas se sentem recebidos, mas também parte de uma família espiritual.
Minha oração é para que, ao demostrarmos hospitalidade, também mostremos ao mundo um vislumbre do amor incondicional que Cristo nos oferece. Ao priorizar o acolhimento, podemos verdadeiramente viver e refletir o Evangelho em nossas vidas diárias. Como fomos acolhidos pelo nosso Deus, acolhamos a todos que Ele enviar até nós.
Um grande abraço,
Pr. Márcio Alves Oliveira
55 31 3825-1644
secretaria@ipbcariru.com.br
